Fonte: Portal Ijuhy.com
Fatos e Fotos: Reflexões sobre a ERS 514 (Ajuricaba a Palmeira) - Por Marcos Fridrich - www.ijui.com
Estranha
realidade esta em que, se não estiver cheia de crateras, uma rodovia já
é considerada em boas condições de trafegabilidade!
De tudo o que já foi feito e dito a respeito da situação calamitosa
em que se encontra a ERS 514, em seu trecho não pavimentado entre
Ajuricaba e Palmeira das Missões, deixo a cargo dos leitores em que
categoria enquadrar o conselho dado em um relatório do DAER, datado de
11/12/2012 e disponível no seguinte endereço eletrônico: RELATÓRIO - DAER
“Recomenda-se evitar o transito nestes períodos.”
Os períodos referidos seriam dias de chuva, como se fosse possível
suspender as aulas e pedir às vacas que por gentileza parem de produzir
leite nestes dias, apenas para citar duas situações em que não existe
escolha entre usar ou não usar a estrada.
Outra coisa que chama muito a atenção é olhar para trás e perceber
que desta região, há cerca de cinquenta anos grande numero de famílias
deixou um lugar então próspero e cheio de pequenas indústrias, como
marcenarias, ferrarias, fábrica de selas, de bebidas e carrocerias,
entre outras mais, para embrenharem-se pelo interior de estado do
Paraná, em lugares onde não haviam estradas nem cidades!
Passado todo este tempo, quando os netos destes pioneiros vêm visitar
suas raízes, encontram taperas e a velha ERS parada no tempo, enquanto
cidades inteiras floresceram e centenas de quilômetros de asfalto foram
construídos no Paraná!
O citado relatório faz referencia as boas condições de
trafegabilidade no trecho asfaltado entre Ajuricaba e a ERS 155
(Chorão), o que dizer das árvores, que não precisam pedir licença a
nenhum órgão público para crescer e, portanto, cresceram tranquilamente
sem qualquer manejo por muitos anos, sendo que em vários locais já estão
sendo “podadas” pelas carrocerias dos caminhões de maior porte?
A quem recorrerão os motoristas para pagarem os rasgos nas lonas que
cobrem os veículos? Os danos nas sinaleiras de uso obrigatório?
A quem recorrerá a família de uma vítima fatal decorrente de uma
simples saída de pista que se torna em tragédia pela existência de
arvores de grande porte no que deveria ser uma área de escape?
E a dificuldade em visualizar a sinalização? A verdadeira chuva de
galhos e troncos sobre a pista a cada vento um pouco mais forte... E
para realizar uma ultrapassagem então? Perigo total, pois as árvores
estão quase se “tocando” sobre as rodovias da região em muitos lugares.
Será pura negligência na manutenção, corte de gastos, falta de
recursos ou as margens das rodovias foram promovidas a Áreas de
Preservação Permanente?
Estranha realidade esta em que, se não estiver cheia de crateras, uma
rodovia já é considerada em boas condições de trafegabilidade!
Marcos Fridrich é produtor rural em Ajuricaba/RS e membro da Apromilho/RS
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